Reflexões sobre a palestra da Isa
Minatel:
Fale a língua que a criança entende
No dia 03 de julho de 2019. Isa
Minatel esteve em Santa Maria/RS. Numa palestra que foi um verdadeiro show. Ela
nos presenteou com sua fala sobre os temperamentos das crianças e o nosso
também e como entender esse tipo de linguagem nos ajuda a compreender e lidar
melhor com nossas crianças.
Tendemos a olhar a criança por um
viés de que ela está nos contrariando ou fazendo algo simplesmente para nos
irritar. Na fala da Isa ela nos mostrou que a criança possui as suas fases de
desenvolvimento. Ela reflete o que aprendeu e absorveu do ambiente ao redor.
Por exemplo: Uma criança até mais ou menos dois e três se entende fazendo parte
da mãe. Nessa fase começa a perceber que ela é um ser separado que tem vontade
própria. Daí nos deparamos com dois problemas. Ela já não aceita simplesmente o
que pedimos e começa a dizer um monte de não. Lembrando que muitas vezes, ela
ouviu esses montes de não de nós mesmos. Nas situações tipo: não mexe ai, não
sobe ai, não, não e não. Daí quando ela começa a falar e dizer achamos errado.
Onde será que ela aprendeu? Mas, também tem o lado de se tornar independente. Saber
que pode querer algo diferente do adulto que a criou. Desejar usar a roupa
verde ao invés da azul que a mamãe quer. Será que não dá para aceitar? Claro
que existem situações mais complexas. O importante é começar a respeitar as
escolhas da criança para que ela não se torne tão dependente dos pais. Nosso
dever é protegê-la dos perigos e abrirmos o caminho para o seu desenvolvimento
e parte disso é permitir que ela faça escolhas de acordo com a maturidade da
sua idade.
Falou bastante sobre os
temperamentos que ela separou em dois grupos:
- Grupo da raiva: Coléricos e sanguíneos.
- Grupo da tristeza: Melancólicos
e fleumáticos.
Quando ouvimos sua explicação
fica muito mais fácil diferenciar comportamentos e não simplesmente taxar as
crianças. Numa forma que facilite reconhecer suas características mais
marcantes e saber que aquela atitude não é simplesmente birra. Mas, que tem
base no seu temperamento. que acaba guiando muito das suas atitudes, até a
criança aprender a ter autocontrole e saber lidar melhor com seus destemperos.
De forma resumida as crianças da
raiva são extrovertidas. Da ação. Tipo agem primeiro depois pensam.
Enquanto as crianças da tristeza são introvertidas voltadas mais para si. Refletem,
refletem, refletem e depois agem ou não.
Ao longo da vida os temperamentos
não mudam, mas vão se equilibrando.
Muitas vezes podemos taxar uma
criança de déficit de atenção e na verdade ela tem um temperamento mais
introspectivo. Reflexivo. Enquanto do outro lado da régua taxamos outra criança
de hiperativa sendo que ela é mais ativa e extrovertida. Então, quando você faz
o teste e verifica o temperamento da sua criança e o seu percebe o quanto são
parecidas ou diferentes. E nesse ponto pode perceber que as ações são reflexos
do temperamento e não de algo pessoal para afrontar A ou B.
Acredito que teríamos menos
crianças medicadas e sim crianças mais compreendidas se as acolhermos. Sabendo
que aquela ação é em decorrência do seu temperamento e então sim ajudá-la a lidar
melhor com ele. Esse compromisso é de todos. Conhecer seu próprio temperamento
e das pessoas que convivem com você. Essa noção esclarece muito sobre a dinâmica
das relações entre as pessoas. Então o caminho é achar formas positivas de se
conectar respeitando os temperamentos e suas peculiaridades que podem tornar as
relações mais ricas e menos distorcidas e distantes.
Isa
Minatel lançou dois livros e possui um canal no YouTube com vídeos diários de
segunda a sexta-feira. Recomendo!
-
Livro: Criança sem limites – educação empreendedora na primeira infância. Ed.
Chiado.
- Livro: Temperamentos sem limites - Como Conseguir Resultados com
Crianças da Raiva e com Crianças da Tristeza. Ed. Figurati.
Andrea dos Santos Leandro
Consultora em Harmonização de Espaços
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